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Como é a cirurgia de desvio de septo (septoplastia): guia simples e completo

  • Foto do escritor: Dra. Danielly Andrade
    Dra. Danielly Andrade
  • 14 de ago.
  • 4 min de leitura

A septoplastia é a cirurgia feita para endireitar o septo nasal (a “parede” de cartilagem e osso que divide as narinas) quando ele está torto e causa obstrução para respirar. Quando é indicada, como é feita, como é a recuperação, riscos, resultados e custos/cobertura.


Resumo:

  • Para que serve: melhorar a passagem de ar pelo nariz quando o desvio de septo atrapalha a respiração e o tratamento clínico não resolve.

  • Como é feita: por dentro do nariz (sem cortes externos), o médico reposiciona/remodela cartilagem e osso do septo; pode usar “splints” ou curativos internos. Dura ~45–90 min e, em geral.

  • Recuperação típica: nariz entupido e leve sangramento na 1ª semana; evitar esforço por ~7–14 dias; contato esportivo só após ~4 semanas.

  • Riscos mais citados: sangramento, infecção, persistência da obstrução, perfuração do septo, mudança no formato do nariz (raro), redução do olfato (rara).

  • Estética x função: se houver objetivo estético junto, o nome do procedimento costuma ser rinoseptoplastia(combina septoplastia + rinoplastia).


Indicações: quando pensar em septoplastia?

  • Obstrução nasal por desvio de septo com impacto no dia a dia (sono, exercícios, sinusites recorrentes) e pouca resposta a medicação.

  • Pode ser associada a outras cirurgias (p.ex., cornetos aumentados) quando indicado.

Diferença importante:Septoplastia = foca na função, por dentro do nariz. Rinoseptoplastia = une função + estética (ajustes no formato do nariz, quando necessário/desejado).

Como é a cirurgia (passo a passo)

  1. Anestesia geral

  2. Acesso por dentro das narinas: descola-se a mucosa, remodela-se/posiciona-se o septo e sutura-se. Sem cortes externos na maioria dos casos.

  3. Curativos internos: podem ser usados “splints” (plaquinhas de silicone) e/ou tamponamento/dissolvível, conforme técnica e sangramento.

  4. Tempo de sala: ~45–90 min; alta no mesmo dia na maioria dos casos.


Recuperação: como é o pós-operatório (linha do tempo realista)

Primeiras 48h

  • Nariz entupido e secreção com sangue são esperados.

  • Não assoar o nariz nas primeiras 24–48h; depois, começar bem de leve na 1ª semana.

Dias 3–7

  • Iniciar lavagem nasal com soro várias vezes ao dia (seu médico dirá como).

  • Evitar ambientes empoeirados/fumaça, bebidas alcoólicas e esforço pesado; repouso relativo.

Semana 2

  • Obstrução e secreção diminuem; muitas pessoas já conseguem voltar ao trabalho/estudo entre 7 e 14 dias, dependendo da atividade.

Atividade física

  • Caminhadas leves: em geral após 7–10 dias.

  • Exercício vigoroso e esportes de contato: aguardar ~4 semanas (ou liberação médica).

Sinais de alerta (procure atendimento)

  • Sangramento contínuo que não cessa após 15–20 min comprimindo o nariz.

  • Febre alta, secreção fétida, dor intensa que não melhora com analgésico.


O que você sente e o que é normal

  • Entupimento, crostas e leve pressão no rosto na 1ª semana.

  • Pequenos sangramentos esporádicos nos primeiros dias.

  • Desconforto controlado com analgésicos simples (ex.: paracetamol, conforme prescrito).


Riscos e possíveis complicações

Como toda cirurgia, existem riscos — a maior parte incomum:

  • Sangramento e infecção.

  • Persistência de sintomas (nem toda obstrução é só por desvio).

  • Perfuração do septo, hematoma nasal, alteração do olfato (raro).

  • Mudança no formato do nariz (rara).

A decisão é individualizada: seu médico avalia se o benefício esperado supera os riscos no seu caso.

Resultados: quando dá para “respirar melhor”?

  • Muita gente percebe melhora em 1–2 semanas, à medida que o inchaço e as crostas reduzem.

  • A cicatrização do nariz é lenta; a melhora completa da via aérea pode levar várias semanas a meses.


Preparação para o dia da cirurgia (checklist essencial)

  • Chegar acompanhado para a alta no mesmo dia (se ambulatorial).

  • Jejum e pausa de certos remédios/fitoterápicos que aumentam sangramento, conforme orientação.

  • Não fumar melhora a cicatrização.


Septoplastia x “cornetos” (turbinectomia)

É comum tratar cornetos inferiores aumentados junto da septoplastia para abrir mais espaço e reduzir a obstrução — indicado caso a caso.


Custos e cobertura (Brasil)

  • Setor público (SUS): a septoplastia é um procedimento previsto na Tabela SUS (SIGTAP) quando há indicação funcional.

  • Planos de saúde: cobrem a parte funcional (septoplastia) quando há laudo médico sustentando a necessidade; rinoplastia estética não é coberta. Confirme com sua operadora (códigos e regras variam). tuss.clinica.work


Perguntas rápidas (FAQ)

Dói? Desconforto e pressão são comuns nos primeiros dias; costuma melhorar com analgésicos simples, conforme prescrito.


Fica curativo/tampão? Pode haver splints ou material dissolvível; seu médico dirá se/quando retirar.


Muda o formato do nariz? A septoplastia não visa mudar o formato; alteração estética é rara. Para mudanças visíveis, avalia-se rinosseptoplastia.


Quando posso voar? Em geral, após liberação médica na consulta de revisão (tipicamente após 1–2 semanas, se sem complicações). Fonte varia por caso — confirme com seu cirurgião.


Como escolher o cirurgião e se preparar para a consulta

  • Verifique título em Otorrinolaringologia e experiência em cirurgia nasal.

  • Leve exames, lista de medicamentos e expectativas claras (função vs. estética).

  • Pergunte sobre técnica, uso de splints, manejo de cornetos, tempo de recuperação e plano para eventuais sangramentos.


Aviso importante: este texto é educativo e não substitui consulta médica. Cada caso é único — converse com seu(a) otorrino para um plano personalizado.

Dra. Danielly Andrade | Belo Horizonte - MG

Dra. Danielly Andrade, otorrinolaringologista especialista no tratamento clínico e cirúrgico de desvio de septo na cidade de Belo Horizonte - MG

 
 
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