Desvio de Septo Grau 3: Causas, Sintomas e Tratamentos
- Dra. Danielly Andrade
- 13 de mai. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de jul. de 2024
O desvio de septo grau 3 é a forma mais grave de desvio septo, caracterizada por um desvio significativo da parede que separa as narinas, ocorre quando o septo toca a parede lateral interna do nariz ou toca o corneto nasal inferior. Essa deformidade obstrui consideravelmente a passagem nasal, levando a uma série de sintomas incômodos como dificuldade de respirar pelo nariz.


Sistema de classificação de desvio de septo em graus
Metodo 1: Classificação de desvio de septo nasal com base na relação do septo nasal com a corneto inferior.
Desvio de septo grau I: o desvio não atingiu o corneto inferior
Desvio de septo grau II:Â o desvio atingiu a corneto inferior
Desvio de septo grau III:Â o desvio atingiu a parede lateral e comprimiu a corneto inferior.
Metodo 2: Classificação de desvio de septo nasal com base na obstrução nasal usando a escala visual analógica.
Desvio de septo grau 1: 0–33% de deflexão da linha média em direção à parede lateral
Desvio de septo grau 2: 34–66% de deflexão da linha média em direção à parede lateral
Desvio de septo grau 3: 67–100% de deflexão da linha média em direção à parede lateral.
Sintomas do Desvio de Septo Grau 3:
O desvio de septo grau 3 é o maior grau e o tipo mais grave, no qual o septo nasal toca a parede lateral interna do nariz ou o corneto inferior. Isso causa sintomas intensos e constantes, que incluem:
Obstrução nasal crônica: Dificuldade persistente em respirar pelo nariz, geralmente mais intensa em um dos lados. A sensação de obstrução pode ser agravada ao deitar-se de lado ou em ambientes secos.
Ronco: O estreitamento da passagem nasal causa vibrações durante a respiração, resultando em ronco alto e perturbador.
Infecções frequentes nos seios da face: A drenagem prejudicada dos seios paranasais aumenta o risco de sinusites, causando dor, congestão, secreção nasal e febre.
Secura nasal e crostas: O desvio septal altera o fluxo de ar e a umidificação da mucosa nasal, levando a ressecamento, formação de crostas e sensação de desconforto.
Sangramentos nasais: O desvio septal pode causar sangramentos nasais espontâneos ou facilmente induzidos, especialmente em ambientes secos.
Fadiga: A respiração inadequada durante o sono pode levar à fadiga diurna, cansaço e falta de energia.
Dor facial: Em alguns casos, o desvio septal pode causar dor ou pressão na região da face, ao redor dos olhos e na testa.
É importante consultar um otorrinolaringologista para avaliar os sintomas e confirmar o diagnóstico. O tratamento do desvio de septo grau 3 geralmente envolve cirurgia para corrigir o desvio e aliviar os sintomas.
Fatores que influenciam a intensidade dos sintomas de desvios de septo grau 3:
Localização do desvio: Desvios na parte anterior do septo, especialmente na região da válvula nasal, tendem a causar sintomas mais graves.
Presença de outras condições: Condições como colapso da válvula nasal ou hipertrofia da concha nasal inferior podem intensificar a obstrução nasal.
Sensibilidade individual: A percepção dos sintomas varia de acordo com a sensibilidade individual da mucosa nasal.
Diagnóstico do desvio de septo grau 3
O diagnóstico preciso do desvio de septo grau 3 envolve uma combinação de avaliação clÃnica e exames complementares:
1. Exame ClÃnico:
Anamnese: O médico coletará informações sobre seus sintomas, histórico médico e histórico familiar.
Exame fÃsico nasal: O médico examinará as narinas, septo nasal e cavidades nasais para identificar sinais de desvio septal, como:
Assimetria nas narinas
Desvio visÃvel do septo
Congestão nasal
Mucosa nasal seca ou irritada
Sangramento nasal
2. Ferramentas de Avaliação:
Questionário NOSE (Avaliação de Sintomas de Obstrução Nasal): Essa ferramenta padronizada quantifica o impacto do desvio septal na sua respiração e qualidade de vida.
3. Exames de Imagem:
Tomografia computadorizada (TC) nasal: A TC fornece imagens detalhadas do septo nasal e das cavidades nasais, permitindo uma avaliação precisa da gravidade do desvio e da anatomia nasal.
Rinoscopia anterior: Esse exame utiliza uma luz para visualizar a parte interna das narinas e do septo nasal anterior.
Endoscopia nasal: Um endoscópio flexÃvel é introduzido nas narinas para visualizar as cavidades nasais em detalhes, incluindo o septo nasal e estruturas adjacentes.
Tratamento para desvio de septo grau 3:
O desvio de septo grau 3 é a forma mais grave dessa condição e, devido à obstrução nasal significativa que causa, o tratamento cirúrgico geralmente é a opção mais recomendada. O tratamento com medicamentos costuma ser insuficiente para aliviar os sintomas e efeitos causados por essa deformidade anatômica.
Cirurgia para tratar desvio de septo grau 3:
Septoplastia: A septoplastia é o procedimento cirúrgico para correção do desvio de septo. Seu objetivo é reposicionar o septo nasal, melhorando o fluxo de ar eliminando a obstrução nasal.
Septoplastia e turbinectomia: Mais de 50% dos pacientes que tem desvio de septo grau 3 apresentam hipertrofia de cornetos compensatória, nesses casos é realizado um procedimento junto com a septoplastia, que chama turbinectomia ou cirurgia de redução de cornetos.
Decisão Cirúrgica: A decisão de realizar a septoplastia deve ser baseada em uma avaliação completa dos sintomas do paciente, da gravidade do desvio de septo e de uma análise criteriosa dos potenciais benefÃcios e riscos da cirurgia.
O desvio de septo grau 3 precisa de cirurgia?
Sim, na grande maioria dos casos, o desvio de septo grau 3 necessita de cirurgia para correção. Isso porque a deformidade é tão acentuada que causa obstrução nasal grave e outros sintomas intensos, que não respondem adequadamente ao tratamento clÃnico com medicamentos.
Quando buscar ajuda médica devido a um desvio de septo com sintomas graves
É importante consultar um otorrinolaringologista rinologista se você apresenta os sintomas mencionados acima, especialmente se forem graves ou interferirem na sua qualidade de vida. O diagnóstico do desvio de septo é feito através de exame fÃsico detalhado e, em alguns casos, exames complementares como tomografia computadorizada.
Referências
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Dra. Danielly Andrade
